31.janeiro
Por Fabiane Lenharo – Redatora na 4Buzz
Quando se fala em campanhas publicitárias, para muitas pessoas a primeira palavra relacionada é vender.
Se você pensa assim, saiba que propaganda é o ato de propagar ideias, que podem ser de cunho comercial ou não.
Sendo assim, além das campanhas promocionais, institucionais, lançamento e outras; temos também as Campanhas de Impacto Social.
É o caso da Campanha NEM UMA VEZ, que preparamos para a Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto em 2019.
Neste conteúdo, vamos te contar como fizemos, na prática, para propagar ideias em prol de uma sociedade melhor.
Boa leitura!
Tudo começou quando a equipe do curso de Medicina da USP Ribeirão Preto nos procurou em busca de uma campanha capaz de conscientizar os alunos sobre violência.
Segundo a universidade, os atos preconceituosos aconteciam no campus, às vezes sutilmente, outras de forma preocupante.
A equipe queria uma campanha capaz de impactar não apenas os agressores, como também testemunhas, e com isso gerar reflexões sobre esses atos.
As vítimas recorrentes eram os calouros dos seguintes perfis:
Diante deste cenário, iniciamos uma imersão no tema. O primeiro passo foi conversar com pessoas da nossa equipe que têm os mesmos perfis das vítimas, para entender suas dores.
Nessas rodas de conversas, notamos que existem algumas justificativas em comum sobre o modus operandi dos agressores.
– Ah, mas isso todo mundo fala
– É a minha opinião
– Eu só disse/fiz isso uma vez
– Mas ninguém se machucou por isso
A essa altura, já estava claro para nós que usar uma desculpa era um hábito comum entre os agressores. Além disso, por trás de cada justificativa havia uma vítima calada.
Nasceu então o mote da campanha: NEM UMA VEZ. Afinal, não importa se a pessoa foi violenta e preconceituosa uma ou mil vezes. Nenhum deles é justificável.
Passamos então a pensar na Direção de Arte. Nessa fase, com recursos financeiros enxutos, não houve produção fotográfica. Mas como a criatividade joga a nosso favor, utilizar imagens de banco não foi empecilho.
“A sobreposição de imagens, que traz o agressor encarando a câmera, e a vítima em uma postura oprimida, ajuda a imprimir um tom dramático na peça”, comenta o nosso diretor de criação Léo Moura Leite.
A diagramação também foi uma forte aliada.
“A campanha tem o agressor como protagonista. Nossa intenção era que, ao ler cada título, o agressor se identificasse com tal atitude. Além disso, o alinhamento entre as palavras forma a sigla SOS, evidenciando o fato de que, por trás de cada desculpinha de um agressor, tem alguém pedindo socorro”, completa Léo.
As peças trouxeram temas como: racismo, homofobia, transfobia, preconceito de classe, misoginia, machismo e violência contra a mulher.
A campanha resultou em oito variações.
Quando as peças foram para a rua, a repercussão superou as expectativas.
“Além dos alunos, percebemos que muitas pessoas de fora do meio acadêmico compartilharam a mensagem. Isso foi muito gratificante”, relembra Léo.
Em meio à alta repercussão, no ano seguinte veio mas um grande reconhecimento: Ouro no APP Festgraf 2020, na categoria Causas Sociais.
“A campanha não foi pensada pra ganhar prêmio, mas ele veio. Isso nos deixa extremamente felizes. Concorremos com agências do interior de São Paulo, Minas Gerais e alguns outros estados. É um orgulho trazer esse troféu para a casa”, finaliza nosso diretor de criação.
Outro ponto importante: o objetivo da campanha se cumpriu. Segundo o cliente, a campanha provocou debates e reflexões entre os alunos.
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Até a próxima!
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