Semana de Arte Moderna: 100 anos dessa história

22.fevereiro

Agência da 4Buzz

Por Fabiane Lenharo – Redatora na 4Buzz

Em fevereiro de 1922, o Brasil vivenciou uma experiência completamente disruptiva: a Semana da Arte Moderna, também conhecida como Semana de 22.

Para celebrar o centenário desse marco na história da cultura e arte no Brasil, analisamos seu legado, especialmente no universo da publicidade.

Será que é possível, de alguma forma, associar os efeitos da Semana da Arte Moderna na publicidade brasileira ao longo da década de 1920? Vamos refletir juntos sobre isso.

Neste artigo, vamos comentar sobre como eram criados os anúncios da época, além de expor o contexto histórico e fatos sobre o festival e seu legado.

Boa leitura!

Semana da Arte Moderna

As atividades da Semana de 22 foram realizadas de 13 e 17 de fevereiro, no Theatro Municipal de São Paulo e tiveram como principal objetivo difundir o Modernismo no Brasil, além de refletir sobre o futuro da arte no país.

No saguão foram expostas mais de 100 obras de artistas plásticos como Anita Malfatti, Di Cavalcante, Tarsila do Amaral, Zina Aita, Antônio Paim Vieira, John Graz, e de escultores como Vicente do Rego Monteiro (também pintor), Victor Brecheret, Wilhelm Harberg, Hildegardo Velloso, entre outros talentos.

Já o palco do teatro recebeu três noites culturais, com apresentações literárias e musicais.

Entre os poetas e romancistas que recitaram os seus trabalhos, destacam-se Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Ronald Carvalho, Graça Aranha e Manuel Bandeira.

Também houve espaço para a música, apresentada por grandes nomes, como o maestro Heitor Villa-Lobos, o compositor Ernani Braga e a pianista Guiomar Novaes.

Na época, predominavam no Brasil o movimento Parnasianismo, na poesia, e Academicismo, na pintura.

A arte no país era produzida pelos filhos de burgueses que, após serem enviados para estudar na Europa, retornavam e reproduziam tendências europeias.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial (1918), o Modernismo passou a se difundir pela Europa, com uma arte urbana, voltada a retratar os centros industriais e suas pessoas.

Parte dos artistas brasileiros defendia que a arte deveria retratar a estética e o cotidiano vividos na país, deixando de lado a estética acadêmica.

O festival contou com o patrocínio da nova “burguesia industrial” e teve o aval do então governador de São Paulo, Washington Luís.

Ganhou data, em 1922, ano em que se comemorou o centenário da Independência do Brasil.

Resultados

Conservadores não receberam a Semana de 22 com bons olhos. Alguns poetas foram vaiados enquanto recitavam seus trabalhos. Até mesmo o maestro Heitor Villa-Lobos foi alvo das vaias.

Não houve repercussão em nível nacional, como era esperado. Ao invés disso, jornalistas da época escreveram notas de repúdio contra organizadores do evento.

As contribuições do festival só foram sentidas com o passar dos anos.

A iniciativa abriu portas para, nos anos seguintes, o surgimento de novas revistas, além de movimentos como o Pau Brasil, Manifesto Antropofágico, Manifesto Regionalista, entre outros.

Décadas mais tarde, na música, a Bossa Nova e o projeto Tropicália são exemplos de estilos que assumiram ter inspirações no legado exposto no festival.

Propaganda

Mas, afinal, a publicidade e a arte tinham alguma ligação nos anos 1920? Sim, e muita!

Na época, peças e cartazes de marcas nacionais, eram produzidos por artistas plásticos, desenhistas e poetas, que formavam as primeiras “duplas de criação” da história.

A indústria estava ganhando forma no Brasil e, assim como na Europa, o Modernismo trazia a proposta de retratar a populações em rotinas industriais.

Apesar da possível ligação, não existe um registro histórico que associe diretamente os impactos da Semana da Arte Moderna na propaganda.

Entretanto, do meio para o final da década, é possível notar anúncios com linguagem direta e próxima ao leitor, sem o uso de expressões rebuscadas.

Já nas ilustrações, as pessoas eram representadas com traços menos acadêmicos.

Outra hipótese é a influência artística de marcas estrangeiras, já que anúncios de produtos importados eram enviados por agências internacionais. Destaque para Aspirina.

Para criar este conteúdo, fizemos uma viagem no tempo e conferimos propagandas clássicas dos anos 1920, no blog Propagandas Históricas.

Conclusões

Um século depois, o legado da Semana de 22 continua vivo. Aqui na 4Buzz, as referências estéticas e literárias do Modernismo também inspiram nosso time de criação.

Além disso, assim como os artistas envolvidos no festival, nós mantemos acesa a chama da ousadia e do impacto social, que se mantêm vivas.

Quer um exemplo? Então conheça nosso case da Campanha Nem uma vez. Aqui, somos focados em resultados que realmente impactam.

Neste artigo, podemos concluir que:

  • Apesar das duras críticas recebidas na época, a Semana de Arte Moderna foi um marco na cultura do Brasil
  • O legado só passou a ser reconhecido e valorizado décadas depois dela
  • Propagandas nos anos 1920 eram feitas por artistas e poetas, porém não se tem evidência sobre o real impacto da Semana de 22 na propaganda da época.

Se você gosta de conteúdos como este, com fatos históricos ou propagandas que marcaram época, vá até o nosso Instagram e comente as sugestões de temas que você quer ver por aqui.

Queremos escrever cada vez mais artigos com base nos assuntos que você gosta de ler.

Até breve. 😉

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